Os Treasuries americanos, que já enfrentavam um início de ano desafiador, viram suas taxas aumentarem significativamente após a divulgação de dados robustos do mercado de trabalho dos Estados Unidos. Estes dados levaram os investidores a revisarem suas expectativas quanto a cortes iminentes de juros pelo Federal Reserve (Fed), o banco central americano.
Em março, os Estados Unidos registraram um notável aumento no número de postos de trabalho, marcando o maior crescimento em quase um ano, enquanto a taxa de desemprego permaneceu estável. Este cenário de força no mercado de trabalho contribuiu para uma reavaliação das apostas em cortes de juros pelo Fed nos próximos meses.
Como resultado, as taxas exigidas pelos investidores para manter os títulos do Tesouro americano atingiram níveis próximos aos mais altos de 2024. Especificamente, o rendimento dos Treasuries de 10 anos teve um aumento de 9 pontos-base, alcançando aproximadamente 4,4%.
A alteração nas perspectivas do mercado também refletiu nas expectativas de quando o Fed poderia iniciar cortes nas taxas de juros. Atualmente, os mercados futuros indicam que o primeiro corte de juros pelo banco central americano poderia ocorrer apenas em setembro, com a probabilidade de um corte em junho girando em torno de apenas 52%. Ademais, ao longo de 2024, agora se prevê uma redução total de apenas cerca de 67 pontos-base nas taxas de juros, um valor inferior aos 75 pontos-base anteriormente antecipados no chamado gráfico de pontos do Fed.
Leia mais:
- Déficit Nominal do Brasil Ultrapassa R$ 1 Trilhão, o Maior Desde 2021
- Bolsas Europeias Encerram em Queda Após Dados Fortes de Emprego nos EUA e Tensões Geopolíticas
- Receita Federal Registra Recorde de Autuações Fiscais em 2023 com R$ 225,5 Bilhões
Esta readequação das expectativas do mercado em relação à política monetária do Fed surge em um momento de atenção renovada à economia americana. Os fortes indicadores de emprego sugerem uma resiliência econômica que pode influenciar as futuras decisões de política monetária do banco central, num cenário onde o equilíbrio entre fomentar o crescimento e controlar a inflação continua sendo um desafio central para os formuladores de políticas.
