Resiliência e Perspectivas do Mercado de Crédito Estruturado
O mercado de crédito estruturado, que engloba instrumentos como Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (Fidcs), Fundos de Investimento em Cadeias Agroindustriais (Fiagro), Certificados de Recebíveis do Agronegócio e Imobiliários (CRA e CRI), está previsto para retomar sua trajetória ascendente em 2024. Especialistas apontam que, apesar da retração em 2023, esses ativos apresentam robustez e perspectivas de maior aproximação com o mercado de capitais, impulsionando assim o mercado de renda fixa.
Em 2023, títulos mais líquidos como debêntures e notas comerciais sofreram uma queda superior a 20% em suas emissões, impactados significativamente por crises em empresas como Americanas e Light. Contudo, o crédito estruturado demonstrou maior resiliência, com uma redução menos acentuada, em torno de 13%, segundo dados da Anbima. Bernardo Costa da Archx Capital, juntamente com outros especialistas, vislumbra um crescimento de cerca de 20% nas emissões de renda fixa, retornando ao ritmo anterior à pandemia. Este otimismo se baseia na retomada do ciclo imobiliário, na aproximação do agronegócio com o mercado de capitais e na busca por ativos de melhor qualidade e com estruturas de garantias mais robustas.
O Papel dos Fundos e a Confiança do Mercado
A crise anterior trouxe aprendizados significativos e uma maior profissionalização do setor, com gestores de crédito buscando fundos que ofereçam retornos mais atrativos e ativos de empresas emergentes de qualidade. A expectativa é que a redução da Selic, a inflação controlada e o câmbio favorável contribuam para um ambiente mais propício ao investimento e financiamento. Além disso, empresas como a EQI têm planos de continuar investindo em segmentos promissores e buscar operações de maior valor, evidenciando uma confiança renovada no mercado de crédito estruturado.