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O que está em jogo no confronto entre Guiana e Venezuela

Publicado em

6/12/2023

O que está em jogo no confronto entre Guiana e Venezuela

Imagem:

Divulgação Ministério das Relações Exteriores da Guiana

Território, Economia e Dependência do Petróleo

A recente escalada de tensões entre a Venezuela e a Guiana, principalmente devido ao interesse da Venezuela na região de Essequibo, tem gerado preocupações internacionais sobre uma possível guerra na região. O conflito, reacendido pela descoberta de grandes reservas de petróleo offshore na região disputada, coloca em contraste dois países com diferenças significativas em termos de população, território, economia e poderio militar.

A Venezuela, com um território de 916.445 km², é consideravelmente maior que a Guiana, que possui 214.969 km². A região de Essequibo, alvo da disputa, compreende cerca de 70% do território guianense, com 159.500 km². Enquanto a Venezuela possui uma população de 26,5 milhões de habitantes, a Guiana abriga apenas 794 mil pessoas, das quais 120 mil vivem em Essequibo.

A economia da Venezuela tem mostrado sinais de recuperação, com um crescimento de 15% do PIB em 2022, alcançando US$ 196 bilhões. A Guiana, por outro lado, experimentou um crescimento econômico impressionante, principalmente devido à exploração de petróleo em Essequibo. O PIB guianense atingiu US$ 33,8 bilhões em 2022, um aumento de mais de 70% em relação ao ano anterior. Projeções indicam que a economia da Guiana pode atingir US$ 48,51 bilhões em 2023.

Poder Militar

No cenário militar, a Venezuela se destaca como o 6º país que mais investe na área militar mundialmente, com 5,2% do seu PIB dedicado às forças armadas. O exército venezuelano conta com um contingente de 125 a 150 mil militares ativos, além de equipamentos modernos, incluindo caças e navios. Por outro lado, a Guiana, posicionada na 152ª colocação mundial em termos de investimento militar, possui um exército modesto com apenas 3 mil militares na ativa e equipamentos limitados.

A situação se torna ainda mais delicada considerando a proximidade do conflito com o Brasil, uma vez que a região de Essequibo faz fronteira com o estado de Roraima. O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, tem apelado ao "bom senso" das partes envolvidas para uma resolução pacífica do conflito, enquanto o Ministério da Defesa brasileiro aumentou a presença militar nas fronteiras.

A complexidade da disputa entre Venezuela e Guiana, portanto, não se resume apenas às reivindicações territoriais, mas envolve também considerações econômicas, demográficas e militares, exigindo uma abordagem cautelosa e diplomática para evitar um conflito armado na região.

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