Em uma recente pesquisa realizada antes da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), a expectativa dominante entre analistas de mercado é de um corte significativo na taxa Selic. Segundo o Questionário Pré-Copom (QPC), enviado para analistas em 8 de março, 99% dos respondentes acreditavam que haveria uma redução de 0,50 ponto percentual (p.p.) na reunião de maio, com um pequeno grupo de 1% prevendo um corte ainda maior de 0,75 p.p.
Esta perspectiva vem após a recente decisão do Copom de diminuir a Selic de 11,25% para 10,75% ao ano, acompanhada de sinais que apontam para uma nova redução na próxima reunião. Tal movimentação é parte de um cenário econômico que também reflete as projeções de inflação e crescimento tanto nacional quanto internacional.
Projeções Econômicas e Expectativas de Inflação
Os analistas projetam uma mediana para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) de 3,70% para 2024 e de 3,5% para 2025, ambas acima da meta de 3% estabelecida para esses anos. O cenário para o IPCA de 2024 divide opiniões: 33% dos analistas veem riscos de baixa, enquanto 55% acreditam em riscos equilibrados e 12% em riscos de alta. Para 2025, a visão é ligeiramente diferente, com maior peso dado aos riscos de alta.
Quanto à taxa Selic, a expectativa medianada dos respondentes aponta para 9% ao ano em 2024 e 8,5% em 2025, sugerindo um caminho descendente para a taxa básica de juros.
Projeções do PIB e Cenário Internacional
Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), a pesquisa revelou um otimismo moderado, com a mediana das projeções para 2024 situando-se em 1,8%, um aumento em relação à expectativa de 1,6% no início do ano. O cenário internacional também foi contemplado, com projeções de crescimento para a China, Estados Unidos e área do Euro, além de expectativas para a inflação nesses mercados.
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Perspectivas Fiscais e Ambiente Externo
No que tange à situação fiscal do Brasil, a pesquisa indica uma percepção de melhoria entre os analistas, com 39% deles notando uma melhoria desde o último Copom em janeiro. A projeção mediana para o resultado primário em 2024 é de um déficit de R$ 82 bilhões, com uma ligeira melhora prevista para 2025.
O ambiente externo, entretanto, é visto com cautela: 37% dos respondentes acreditam que as condições pioraram desde o último Copom, apesar da maior parte (56%) não ter percebido mudanças significativas.
A pesquisa pré-Copom revela uma comunidade de analistas atenta às nuances do cenário econômico atual, com expectativas claras de redução da Selic e um olhar cuidadoso sobre as projeções de inflação e crescimento. À medida que o Banco Central navega por essas expectativas, o mercado permanece vigilante quanto às futuras decisões de política monetária e seus impactos no cenário econômico do Brasil.