O mercado financeiro brasileiro apresentou uma reviravolta nesta sexta-feira (24), com o dólar e os juros futuros registrando altas significativas, enquanto o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, passou a operar em baixa. Os investidores estão atentos às declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e se antecipam à divulgação do relatório Focus, previsto para a próxima segunda-feira.
Movimentações no Mercado
Por volta das 16h, o dólar comercial era negociado em alta de 0,33%, cotado a R$ 5,1704, após ter atingido a máxima de R$ 5,1764. A moeda brasileira apresentou o pior desempenho entre as 33 moedas mais líquidas do mundo.
No mesmo horário, as taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) também registraram aumentos:
- DI para janeiro de 2025: de 10,39% para 10,395%
- DI para janeiro de 2026: de 10,755% para 10,825%
- DI para janeiro de 2027: de 11,08% para 11,135%
- DI para janeiro de 2029: de 11,535% para 11,555%
Desempenho do Ibovespa
O Ibovespa, que operava em ligeira alta desde o início da sessão, virou para o campo negativo, recuando 0,32%, aos 124.334 pontos. O volume financeiro projetado para a sessão era de R$ 10,69 bilhões, um valor reduzido devido ao feriado nos Estados Unidos.
Sentimento do Mercado
De acordo com um operador de mesa de um grande banco, a percepção local tem se deteriorado. "Além de o Roberto Campos Neto estar adotando uma postura super 'hawk' (agressiva), há a percepção de que o Haddad (Fernando Haddad, ministro da Fazenda) está se enfraquecendo, enquanto Rui Costa (ministro da Casa Civil) ganha mais influência no governo. Isso está gerando um sentimento ruim para o Brasil", afirmou.
Expectativas para o Relatório Focus
Os agentes financeiros também estão se antecipando à divulgação do relatório Focus, que será publicado na segunda-feira. Nas últimas semanas, houve um aumento nas projeções de inflação de médio e longo prazo, o que, segundo parte do mercado, reduz o espaço para cortes na taxa Selic.
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A volatilidade do mercado reflete a incerteza dos investidores em relação à política monetária e fiscal do Brasil. As próximas semanas serão cruciais para observar como esses fatores influenciarão o desempenho do dólar, dos juros e da bolsa de valores.
