Encruzilhada Fiscal e Política em Minas Gerais
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), enfrenta uma encruzilhada crucial em seu mandato devido à incapacidade de resolver a histórica dívida do estado. Com um prazo até 20 de dezembro para renegociar a dívida, estimada em R$ 159 bilhões, Zema encontra-se pressionado a adotar medidas políticas, apesar de seu histórico de negar essa abordagem. A dívida de Minas cresceu mais de R$ 50 bilhões sob sua gestão, e uma solução efetiva permanece distante.
As recentes negociações em Brasília evidenciaram o desprestígio de Zema, criticado por sua distância em relação ao problema fiscal do estado. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), emergiu como figura central nessa negociação, propondo a federalização de estatais mineiras como alternativa para compensar a dívida. O plano de Pacheco, que ganhou o apoio de Zema, inclui a federalização de empresas como Cemig, Copasa e Codemig.
Zema, eleito em 2018 na onda antipolítica, enfrenta críticas por sua gestão da dívida e pela relação tensa com os deputados estaduais. Suas tentativas de renegociação, que incluíam congelamento de salários e privatizações, não avançaram no legislativo mineiro. A situação fiscal de Minas tem raízes históricas e já causou crises no passado, como a moratória decretada por Itamar Franco em 1999.
Críticas e Cobranças
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticaram a ausência de Zema em reuniões importantes para tratar da dívida. Haddad apontou que a dívida aumentou significativamente durante o governo Zema e criticou a falta de uma postura construtiva do governador na renegociação.
Enquanto Zema se alinha ao plano de Pacheco, a questão da dívida mineira segue sem uma solução clara. Com o prazo se aproximando, as atenções se voltam para as decisões que serão tomadas tanto pelo governo estadual quanto pelo federal, numa situação que exige não apenas habilidades de gestão, mas também a capacidade de navegar no complexo cenário político.